segunda-feira, 7 de março de 2016

Esse escorrer da água
Se perde sem direção
Talvez só queira um rumo
Ou segue o caminho da ilusão
Ela chama para um mundo
Para um passado, para um futuro
Um devaneio, um sonho profundo
Um tempo perdido assim
Quem dera lavar a alma
De outros, de todos, enfim
Purificar a mente
De quem se perdeu assim
Escorrendo por entre os dedos
Sem direção.

sábado, 24 de outubro de 2015

Te odeio
Pelo meu sono perdido
Pelo meu peito dolorido
Pela minha respiração sufocada
Pelo plano esquecido
Pelo meu coração traído
Te odeio
Pelo seu perfume amadeirado
Pelo seu sorriso receptivo
Pelo seu corpo que me amava
Te odeio
Pela tua forma de pensar
Pela tua insegurança em lidar
Pela tua forma de partir
Te odeio
Por tudo que passou
Pelo beijo que me roubou
Pela paixão que um dia fez em mim despertar
Te odeio
Por um dia me fazer querer tentar
Por me fazer sonhar
Te odeio
Por me fazer de ti gostar.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Ela segue marchando
Tão séria, na rua
Segura
De uniforme, uniforme
Dando comandos a soldadas
Ela segue com postura
Tão bela, na rua
Com os cabelos presos
Com um ar superior
Com os lábios vermelhos
Tão viva, tão forte
Ela segue avante
Tão bonita, na rua
Ela segue
Ela segue
E ela se vai...

domingo, 19 de janeiro de 2014




Meus passos ao teu rumo
Me trazem mal sinal
Serão as pedras ao teu caminho
Que machucam um coração?
Um silêncio, um rancor
Faço surgir em quem é bom
Meu amor, minha esperança
O que quero?
Segurança
Já caminho ao teu rumo
Dolorosa desconfiança.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Pedi pra passar
Disse: - Cinco dias!
Meu coração foi jogado ao léo
Data de fabricação número tal
Lote não identificado
Validade não correspondida
Registrando...
Coração vencido.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O tempo que passei longe
não importa
A distância que existe
importa menos ainda
De fato nada mais importa
A não ser os breves momentos
Na companhia do proibido, intenso e único
tempo vivido.

ps: cedido por M.S.
Eu vou correr pois tenho pressa
Vou correr pois não tenho medo
Vou correr porque preciso
Preciso chegar, falar, ouvir, viver...
Viver e de agora para frente
A frente vejo teu sorriso
que surge em tua boca
Boca, olhos, corpo e cheiro quente
Mas que logo se vão
Vou correr, em busca de mais uma vez te encontrar
Vou correr...

ps:cedido por M.S.

sábado, 13 de outubro de 2012

Vai ficar por alto
Mas essa pedra no sapato já se chama desilusão.

sábado, 29 de setembro de 2012

Sinto tua falta quando é hora de dormir e procuro entender o porquê de tanta abstinência. Será amor ou apenas saudade?

domingo, 22 de julho de 2012

Victoria, Victoria...

terça-feira, 17 de julho de 2012

Bela estranha


Luciana sentou na beira do lago que pertencia à cidade onde ela morava. O lago era limpo e não tão grande, mas o vento que batia e o cheiro gostoso das rosas que cresciam próximo a ele deixavam Luciana contente. Sempre quando era verão a maioria das pessoas saiam para as praias nas cidades vizinhas e tudo ficava mais tranqüilo do que o costumeiro. Luciana não gostava das praias porque não gostava de se expor, e como era tímida ficava sempre sozinha no seu canto, escrevendo poemas e contos como se aquilo fosse sua vida e o seu dia-a-dia algo que não quisesse.
Lu, como alguns a chamavam, tinha 16 anos e ainda estava na escola. Era uma moça aplicada, mas não tão comunicativa e desejava um dia se tornar uma escritora famosa e turista das terras naturais, onde a beleza das árvores e a simplicidade dos campos pudessem enchê-la de alegria. Sabia que era algo difícil sair dali, mas gostava de onde morava, era uma cidade pequena, mas calorosa, só que se sentia deslocada e não conseguia se envolver com os garotos, nada mais que amizade. Apesar de bonita, Luciana não se sentia no “padrão”. Ela era uma moça de pele morena clara, cabelos lisos curtos e era magra, gostava de andar com roupas leves, de preferência tons pastéis e andava sempre com uma bolsa grande de pano feita por sua avó, na qual carregava seu caderno verde e sua caneta cinza dados por sua madrinha no seu último aniversário.
Sentou-se próximo a uma das árvores e puxou seu caderno e sua caneta de dentro da bolsa. Ao começar a escrever sentiu alguém tocar seu ombro e assustada logo olhou para trás.
- Com licença, estou meio que perdida, como faço para chegar à pousada mais próxima? Luciana viu que era uma moça com seus 22 anos, tinha a pele morena clara como a sua, cabelos lisos e longos e o corpo bonito. Era uma moça muito bela e vestia uma calça Jeans e uma camiseta branca, acompanhada de um lenço vinho e preto e uma boina vermelha. Trazia consigo uma mala e parecia ter vindo de muito longe. Luciana respondeu:
-Minha avó tem uma. Se você quiser posso acompanhá-la.
-Muito obrigada! Meu nome é Carolina, mas você pode me chamar de Carol.
-E eu Luciana.
Luciana se levantou e começou a acompanhar Carol até a pousada. Aquela moça fazia com que Luciana sentisse o corpo estranho e sua timidez se misturava com uma grande vontade de puxar assunto com Carol e sentia suas mãos suarem. Era a primeira vez que tinha aquela sensação, aquela mulher era diferente de todas suas colegas de escola ou conhecidas da cidade.
-Você mora aqui há muito tempo? – Perguntou Carol
-Desde pequenina, na verdade desde que nasci.
-E você gosta daqui?
-Gosto.
Luciana ficava sem jeito para responder as perguntas feitas pela moça que parecia que o mundo ia acabar. Caminharam por uns 7 minutos e em silêncio, até que chegaram.
-Bom, aqui estamos. – Respondeu Lu.
-Obrigada, depois conversamos.
Carolina deu um beijo no rosto de Luciana, quase próximo a boca, depois entrou na pousada enquanto Luciana ficou do lado de fora. Lu se sentou em um banco de madeira e por uns 10 minutos ficou parada olhando para longe e dando sorrisos vergonhosos, que não podia escondê-los completamente. Seu coração estava feliz. Lu morava com sua avó desde criança, pois sua mãe faleceu logo que ela nasceu e o pai, bom, esse era desconhecido por ela. Carmelita, sua avó, logo ficou com a guarda, cuidando dela como se fosse uma filha, mas também era muito rígida e cuidava de Luciana como uma boneca de porcelana. Era uma senhora de 55 anos, nova ainda e bonita, andava sempre com os cabelos em tranças, mas era séria. Carmelita morria de medo que sua pequena Lu se perdesse na vida como as meninas de seu colégio, logo não permitia saídas para festas, nem mesmo maquiagem. Luciana adorava a avó, mas tinha um respeito que talvez pudesse ser até classificado como medo de fazer alguma coisa errada e perder a confiança de Carmelita, logo buscava fazer tudo certinho, mesmo que não ficasse feliz.
Não era costume na cidade as meninas saírem muito tarde da noite e aquelas que saiam não eram muito bem vistas, principalmente quando sentavam em uma mesa de bar sozinhas para tomar um drinque. Luciana tinha vontade de sair às vezes, mas não tinha com quem e nem podia, tinha que ficar com sua avó para cuidar da pousada, mesmo em época de verão quando o movimento era pouco. Logo, só lhe restavam as curtas saídas para o lago, onde podia se sentar, relaxar e escrever.
Luciana entrou para ajudar a avó. Daquela tarde até o início da noite não viu mais Carolina. À noite, já um pouco cansada, deixou a pousada e seguiu para o seu quarto que ficava logo atrás do estabelecimento, numa pequena casinha onde moravam Carmelita e ela.
-Então você dorme aí.
-Hã?
-Bom, saí para dar uma volta, mas não te vi na recepção. Não andei muito, fiquei aqui por perto mesmo e no final me sentei na beira daquele lago onde te conheci – Falou Carolina. Luciana, meio sem jeito, disse:
- É, também não te vi sair.
- Você vai fazer alguma coisa hoje à noite, tipo, vai sair com alguém? Vai sair com o namoraaado?
-Não, não tenho namorado.
O rosto de Luciana ficou corado. Carolina logo percebeu e sorriu levemente. -Quer sair comigo?
Aquele tinha sido o primeiro convite para sair que ela recebia. Na verdade a única vez que tinha recebido um convite antes desse tinha sido aos 12 anos de um amigo seu para tomar um sorvete, mas sua avó não tinha deixado.
-Bom, até gostaria, mas já está um pouco tarde, são oito e meia da noite.
-Tarde!Ah, Luciana, vamos lá? Eu gostaria de conhecer a night daqui dessa cidade.
-Preciso falar com a minha avó, mas acho que ela não vai deixar.
-Deixa que eu falo com ela então. Digo que quero que você me faça companhia, pois não conheço nada por aqui e que iremos de carro.
-Tudo bem. Seguiram então para conversar com Carmelita na pousada.
- Dona Carmelita, eu gostaria que Luciana pudesse me acompanhar à alguns lugares essa noite. Iremos de carro, não se preocupe.
- Mas Luciana é muito nova para ficar saindo assim, além do mais já está tarde.
– Respondeu Carmelita.
-Não quero ir sozinha. Gostaria que sua neta pudesse me acompanhar, já que ela conhece a cidade. Prometo que nada de mal irá acontecer a ela e além do mais pagarei muito bem à pousada pelo serviço.
Carolina despertava confiança na senhora e depois de muita conversa, Carolina conseguiu convencer Carmelita de sair com Luciana. Aquela seria a primeira vez que Lu iria sair à noite e uma mistura de ansiedade pela saída com a ansiedade de que estaria na companhia de Carol deixava Luciana muito mais nervosa. Rapidamente Luciana foi para casa trocar de roupa. Colocou um vestido rosa e uma tiara branca, pegou uma bolsa menor que combinava com seu vestido, enquanto Carolina vestia uma saia Jeans e camiseta preta, usava o cabelo preso num rabo de cavalo e usava sandália gladiador.
-Vamos, estou pronta – Falou Luciana. E as duas saíram da pequena casa. Atravessaram a pousada e do lado de fora pegaram um táxi.
- Nos leve para a boate mais freqüentada daqui, por favor – Falou Carol ao taxista.
-Nessa época, minha senhora, o pessoal costuma ir para as praias. Acho que não tem boate tão bem freqüentada funcionando hoje.
-Então nos leve para algum barzinho gay.
Luciana olhou para Carol como se aquilo fosse mentira. Nunca havia saído antes à noite, ainda mais para um lugar de gays. Nem mesmo sabia se existia aquele tipo de lugar por lá, por outro lado achou interessante, mas por que Carol gostaria de ir lá, será que ela seria lésbica? Nunca havia conhecido uma antes. Será que aquele beijo quase na boca na frente da pousada não tinha sido apenas um descuido e sim porque Carol quis aquilo. E ela, por que será que aquele beijo mexera tanto com seus sentimentos?
O taxista respondeu:
- Tudo bem senhora, mas como o bar fica um pouco distante, demoraremos em torno de 30 minutos para chegarmos lá.
- Sem problema.
E o carro saiu em direção àquele bar proibido.
Ao chegar ao bar, Luciana admirou aquele lugar. Tinha luzes por toda parte e o som que tocava alto era eletrônico. Estavam em um barzinho que mais parecia uma boate e ela até sentiu vontade de dançar.
-Você já tinha vindo em um lugar como esse?
-Nunca. Minha avó me mataria se soubesse que estou aqui.
Carolina sorriu e perguntou:
-Quer dançar comigo?
-Não sei dançar – Respondeu Luciana.
-Deixa que eu te ensino.
-Prefiro beber alguma coisa antes
-Você quer um refrigerante, uma cerveja, um vinho...
-Você escolhe.
Carolina deixou Luciana sentada em uma mesa e foi pegar bebida para as duas.
Enquanto isso, Luciana ficou observando como agiam aquelas pessoas próximas a ela. Umas estavam sentadas apenas conversando entre amigos, enquanto outras dançavam alegremente. Tinha alguns casais de gays e outros de lésbicas, alguns se beijavam e outros estavam sozinhos. Tudo aquilo, aquele ambiente causou certa excitação na menina. Como se sentia bem lá.
-Aqui está sua bebida, trouxe um vinho não muito forte para você. Enquanto você o bebe eu bebo minha Heineken. Não era apenas uma taça de vinho, era uma garrafa de vinho e Carolina havia deixado pagas mais cinco Heinekens para aquela noite.
Depois de três taças de vinho Luciana e Carolina levantaram para dançar. Lu toda desengonçada dançou umas quatro músicas com Carol, enquanto esta já tinha bebido pelo menos mais quatro das Heinekens compradas. Depois disse que seria melhor irem, pois já estava tarde. E as meninas saíram do bar.
La fora, nenhum taxi passava e sentadas num banco, Carol encostou a cabeça no colo de Luciana e esta sentiu a respiração da bela moça causar-lhe reações. Colocou a mão envolta de Carolina acariciando-lhe timidamente os ombros. Carol percebeu logo tudo aquilo, então levantou a cabeça e levou seus lábios até os lábios de Lu. Como era gostoso o gosto daquela boca, pensou Luciana. Mesmo com tantas cervejas que Carol tinha tomado aquela boca lhe fazia pensar em algo mais. Então Carolina beijou o pescoço de Luciana, levando as mãos da menina fortemente aos seus seios. Enquanto isso descia a mão pela cintura dela apertando-a contra si.
-Quero você. – Disse Carolina
Luciana ficou vermelha, o coração batendo forte como se fosse sair pela boca. -Também te quero.
Naquele mesmo banco, Carolina segurou os cabelos de Lu com suas belas mãos e beijou a nuca da menina, levou sua língua suavemente até à orelha dela, mordendo-a de leve, colocou a mão por debaixo do vestido de Luciana e tocou devagar aquele órgão que nunca havia sido tocado antes. Lu sentiu doer um pouco, mas não se importou com a dor, pois como estava muito excitada aquilo era de menos, enquanto isso puxava para fora os seios fartos de Carolina chupando-os com força.
Algumas pessoas observavam aquela cena de longe, mas de que importava? Estavam extasiadas.
Carolina puxou Luciana para um canto escuro entre o bar GLS e outro estabelecimento vazio, próximo do banco, agarrou Luciana, que envergonhada, levantou timidamente um pouco o vestido e sentiu sua cabeça rodar por causa do vinho. Carolina se ajoelhou e Luciana sentiu aquela língua grande tocar sua vulva, acompanhada de um dos longos dedos que possuía Carol. Carolina chupava forte e gostoso que parecia uma mulher faminta, enquanto Luciana puxava-lhe os cabelos gemendo de tanto prazer.
-Carol, quero saber como é tocar uma mulher, quero tocar você – Disse Luciana. Enquanto isso na rua quase que deserta, fora os carros das pessoas que estavam no bar, Carolina disse:
-Precisamos ir.
Um taxi vinha longe.
Luciana sem entender a reação de Carol, segurada e levada pelo braço, entrou no taxi e as duas seguiram em direção à pousada silenciosamente.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Teu corpo
Minha mente
Tua face
Meu ver
Tua boca
Meu ouvido
Tua menina
Tua menina.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012



Coberto pelo lençol
Um suspiro
Era sua lembrança dormindo em meu colo.

domingo, 16 de outubro de 2011


Olga, Célia, Maria de Nazaré,
Lembro dos teus conselhos
Lembro dos puxões de orelha
Lembro do teu sorriso
Lembro de ti com tua novela das nove
Lembro de ti sentada no pátio da tua casa
Lembro de ti na cozinha
Lembro de quando eu ia, contigo, tomar café da manhã
Lembro da sopa no jantar
Lembro do último mingau de milho com coco
Lembro das dicas para não dar quebranto na minha filha
Lembro dos tapas quando eu era rebelde
Lembro que sempre demonstraste amor
Lembro que sempre perguntava se eu tinha batom pra vender
Lembro quando íamos fazer compras na Marisa
Lembro o quanto fui feliz com você
Lembro da última bênção
Lembranças, lembranças
Lembro, Olga
Lembro, Célia
Lembro, Maria de Nazaré.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

(Insônia febria - parte final)

Sabrina sentiu seu corpo ferver, era raiva, era ciúme, era algo que não conseguia distinguir.
-Por que você entra no meu quarto desse jeito?
-Esse quarto não é seu! Seu quarto não é assim, além do mais esse quarto fica na casa dos meus pais.
-Você deve estar delirando Sabrina, na verdade, esse quarto é meu e de Sarah.
Sabrina olhou para Sarah com inveja e desprezo.
- Por que você está com a minha menina?
-Ela não é sua menina, é minha namorada. – Respondeu Sarah.
Sabrina sentiu sua cabeça doer e estava confusa. Lembrou que Fernanda não era mais sua namorada e que essa decisão partira dela mesma, se Fernanda e ela não estavam juntas era por sua própria culpa.
Fernanda levantou da cama e pedindo licença à Sarah levou Sabrina para o canto do quarto, próximo à porta.
- Você, Sabrina, me quis assim, me quis com outra, mas também me queria com você. Você quis o Pedro, quis por conveniência, quis porque sua família queria e você foi tola, medrosa, sem atitude. Você sabe que te amo e que estou tentando mudar minha vida, também quero ser amada, quero amar de novo, quero me sentir em paz e feliz com alguém que realmente me aceite.
-Mas eu te amo!
-De que adianta me amar? Você vai se casar com ele!
Sabrina ficou sem resposta.
-É tarde, estou com a Sarah. -Falou Fernanda.
Sabrina desabou aos pés de Fernanda e chorava feito uma criança.
-Levante-se! Não me faça sentir que ainda te amo, mas também não me faça sentir pena, não posso ficar com você, pois só me faz sofrer.
Sarah ficava apenas observando de longe, não queria se meter na conversa das duas, pois sabia que apesar de estarem separadas, Fernanda e Sabrina tinham algo inacabado, uma conversa era bem vinda, mas sabia que aquilo tinha que ter um limite.
-Fernanda, volta para cama, diga a sua amiga que é tarde, que ela precisa ir. – Disse Sarah.
-Sabrina, é melhor que você vá, acho que não temos mais nada para conversar, o que existia entre nós passou, entende, por favor. Estou com a Sarah.
Sabrina, nervosa, levantou e foi até o beliche.
- Sabrina, pára! – gritou Fernanda.
- O que você quer? Você não a escutou? Ela está comigo agora. Deixa a gente ser feliz!
Sabrina já não controlava seus atos. Chorosa e com as mãos tremendo, foi para cima de Sarah querendo tapeá-la.
-De que adianta? Você me bate, mas continua sem a Fernanda. Ela é minha agora, é minha. Você não vê? Não vê que ela quer estar comigo? Não vê que nessa cama somos uma, que nosso sexo se une, que nosso amor se constrói. Você teve a chance e a desperdiçou. Estou falando mentira? Ela quer ser feliz. Pára de achar que ela estará sempre a sua disposição, o amor não é assim, não acontece somente quando você quer, é algo que você aceita, você vive, você se permite.
Sabrina sabia que tudo aquilo que ouvia era verdade, mas sentia raiva, mesmo que dela mesma, não sabia o que fazer, sabia que Sarah falava algo que não queria ouvir e que Fernanda ainda lhe consumia uma grande parte dos pensamentos, dos seus sentimentos e que queria estar com ela naquele beliche, vivendo aquele amor, mesmo que ainda não fosse pleno, mas que tinha chances de dar certo, já que Sarah e Fernanda queriam. Por que ela não conseguia ser como Sarah, decidida, sem medo, alguém que parecia saber o que queria da vida, alguém que se aceitava? Ao levantar a mão para bater em Sarah, Sabrina escutou ao longe uma música bonita que não sabia de onde vinha, mas aquilo fazia com que ela enfraquecesse. A voz daquela cantora soava triste que ela caiu em prantos e, como um pesadelo se viu de volta à cama, suada e embrulhada em um lençol marfim. Olhou no relógio do celular, eram três e meia. Ela havia sonhado. Àquela hora o vôo de Fernanda já haveria saído e Sabrina estava com Pedro. Empurrou-o de leve de perto dela e apertado o coração, adormeceu.

sábado, 3 de setembro de 2011

Poema escrito por um amigo
Poema dedicado a mim.
Kym, se me permites...


Estique as tuas asas
e carregue contigo
meus sonhos
pra bem longe;

Longe dos meus medos
e das minhas incertezas,
de minhas mágoas
e das minhas impurezas.

Voemos juntos
o vôo tranqüilo de que ama,
por nuvens de algodão doce
e arco-íris de alcaçuz.

Que vivamos
a eterna felicidade
na fração de segundo
que dure um beijo teu...


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

(continuação 2 "INSÔNIA FEBRIA")

- Sabrina?
Era como um pesadelo. Estavam naquela cama alguém e ela, a ex de Sabrina, era Fernanda, nua com seus cabelos cacheados e cheios jogados no ombro, estava debaixo daquele lençol de aparência macia, mas com uma desconhecida de Sabrina ao lado dela. Na verdade a “desconhecida” era Sarah, uma moça de pele morena clara, olhos castanhos e cabelos lisos pelo ombro, cujo rosto Sabrina já havia visto por foto quando Fernanda, sem querer, deixara um dia o celular na casa de Sophia, amiga das duas. Sarah era desconhecida por Sabrina nunca ter tido contato com ela antes, assim como Sarah conhecia a Sabrina dos Poemas que Fernanda havia lhe mostrado um dia e nunca por foto. Era estranha a sensação de ver Fernanda envolvida nos braços de outra pessoa, pois apesar de estarem separadas há meses, as duas ainda se amavam muito e Fernanda negara muitas vezes o amor de outras moças e rapazes pela esperança de um dia voltar a namorar seu grande amor. Fernanda tinha 19 anos e Sabrina 23, elas já se conheciam há cinco anos, mas namoraram três deles. Por muito tempo as duas brigaram, mas sempre se amavam depois das brigas, era muito estranho ver aquela cena no quarto depois de tudo o que já tinha passado entre elas. Aquele corpo que um dia foi de menina e agora era de mulher tinha sido de Sabrina e agora outra pessoa tomava posse dele. Tal estranho era aquele momento que Sabrina não compreendia o sentimento que crescia no peito dela. Todas as lembranças do que viveram passaram como um filme em sua cabeça em poucos segundos, então parou e percebeu que agora os momentos faziam parte de um passado que não existia mais.
-Fernanda?


(próxima postagem - parte final)

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

(continuação 1 "INSÔNIA FEBRIA")

O quarto era grande, claro e podiam ser vistas rosas vermelhas em uma mesinha, estava tão claro que parecia já até ter amanhecido. Lá estavam duas pessoas embrulhadas em um lençol azul claro e com aparência de macio na parte debaixo do beliche. Só os rostos pareciam estar para fora, mas mesmo com a luz Sabrina não conseguia identificar quem eram elas, então resolveu se aproximar um pouco, mas temia aquela cena por parecer algo impossível outras pessoas estarem na casa, mas quem seriam? Será que ela conhecia? Esbarrou, sem querer, o braço em uma cômoda a pouca distância da cama fazendo com que um enfeite de vidro caísse no chão e quebrasse. As duas pessoas se assustaram.
(...)
continua...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

INSÔNIA FEBRIA

Era inverno e estava frio e escuro no quarto. Mesmo com o dia fatigante que teve, Sabrina não conseguia mais dormir, olhou no relógio do celular e viu que eram três da madrugada, virou para o lado e viu Pedro deitado ao seu lado com a face tranqüila, usando apenas uma cueca samba canção e o lençol embrulhando-lhe as pernas. Agoniada, levantou, abriu a porta do quarto devagar para que Pedro não acordasse, colocou a pantufa e saiu em direção à cozinha. Havia faltado luz, então acendeu a vela que estava em cima do barzinho, pegou um copo no armário e foi até a geladeira colocar água para beber. Ao abrir a geladeira, mesmo no escuro, encostou a mão em um garrafão de vinho ainda fechado, pegou-o e o pôs em cima da mesinha da cozinha ao lado da vela, abriu-o e colocou aquele líquido no copo que era para ser da água, lembrando que aquele era um presente que não teve coragem de entregar à Fernanda, sua ex-namorada que em poucos minutos partiria a procura de uma nova vida longe da cidade.
Após tomar dois copos de vinho, levantou e foi até a sala, onde estavam guardadas as caixas com toda a ornamentação para a sua festa de casamento que ocorreria em breve. As caixas se organizavam uma em cima da outra e eram muitas, a sala estava quase toda cheia de tanto bagulho, mas os pais de Sabrina nada reclamavam daquelas coisas jogadas por lá, pois deduziam que aquilo era importante para a filha, era uma vida a dois começando a ser construída. Sabrina olhou distante e triste, porém, percebeu que além das caixas, havia também três colchões de solteiro arrumados com lençóis limpos, mas, por que estariam no meio da sala aqueles colchões se somente Sabrina e Pedro estavam na casa?Pensou Sabrina que pudesse estar delirando e sentiu naquele momento que uma febre a consumia e a fazia suar, foi quando escutou uma voz distante e conhecida, que ao mesmo tempo em que a assustava, deixava-a ansiosa para saber de onde vinha, então resolveu percorrer os compartimentos da casa pequena de seus pais que estavam viajando, casa que parecia ficar cada vez maior a cada passo que dava. Abriu porta por porta de cada quarto, quartos que não acabavam mais.
De repente, ao abrir uma das portas avistou um beliche de madeira muito belo, como o que ela tivera muitos anos atrás.

(continua)

terça-feira, 23 de agosto de 2011


Pensando bem,
À quem tu pertences, coração?
A múltiplos amores
Ou a baratas poesias?