domingo, 22 de julho de 2012

Victoria, Victoria...

terça-feira, 17 de julho de 2012

Bela estranha


Luciana sentou na beira do lago que pertencia à cidade onde ela morava. O lago era limpo e não tão grande, mas o vento que batia e o cheiro gostoso das rosas que cresciam próximo a ele deixavam Luciana contente. Sempre quando era verão a maioria das pessoas saiam para as praias nas cidades vizinhas e tudo ficava mais tranqüilo do que o costumeiro. Luciana não gostava das praias porque não gostava de se expor, e como era tímida ficava sempre sozinha no seu canto, escrevendo poemas e contos como se aquilo fosse sua vida e o seu dia-a-dia algo que não quisesse.
Lu, como alguns a chamavam, tinha 16 anos e ainda estava na escola. Era uma moça aplicada, mas não tão comunicativa e desejava um dia se tornar uma escritora famosa e turista das terras naturais, onde a beleza das árvores e a simplicidade dos campos pudessem enchê-la de alegria. Sabia que era algo difícil sair dali, mas gostava de onde morava, era uma cidade pequena, mas calorosa, só que se sentia deslocada e não conseguia se envolver com os garotos, nada mais que amizade. Apesar de bonita, Luciana não se sentia no “padrão”. Ela era uma moça de pele morena clara, cabelos lisos curtos e era magra, gostava de andar com roupas leves, de preferência tons pastéis e andava sempre com uma bolsa grande de pano feita por sua avó, na qual carregava seu caderno verde e sua caneta cinza dados por sua madrinha no seu último aniversário.
Sentou-se próximo a uma das árvores e puxou seu caderno e sua caneta de dentro da bolsa. Ao começar a escrever sentiu alguém tocar seu ombro e assustada logo olhou para trás.
- Com licença, estou meio que perdida, como faço para chegar à pousada mais próxima? Luciana viu que era uma moça com seus 22 anos, tinha a pele morena clara como a sua, cabelos lisos e longos e o corpo bonito. Era uma moça muito bela e vestia uma calça Jeans e uma camiseta branca, acompanhada de um lenço vinho e preto e uma boina vermelha. Trazia consigo uma mala e parecia ter vindo de muito longe. Luciana respondeu:
-Minha avó tem uma. Se você quiser posso acompanhá-la.
-Muito obrigada! Meu nome é Carolina, mas você pode me chamar de Carol.
-E eu Luciana.
Luciana se levantou e começou a acompanhar Carol até a pousada. Aquela moça fazia com que Luciana sentisse o corpo estranho e sua timidez se misturava com uma grande vontade de puxar assunto com Carol e sentia suas mãos suarem. Era a primeira vez que tinha aquela sensação, aquela mulher era diferente de todas suas colegas de escola ou conhecidas da cidade.
-Você mora aqui há muito tempo? – Perguntou Carol
-Desde pequenina, na verdade desde que nasci.
-E você gosta daqui?
-Gosto.
Luciana ficava sem jeito para responder as perguntas feitas pela moça que parecia que o mundo ia acabar. Caminharam por uns 7 minutos e em silêncio, até que chegaram.
-Bom, aqui estamos. – Respondeu Lu.
-Obrigada, depois conversamos.
Carolina deu um beijo no rosto de Luciana, quase próximo a boca, depois entrou na pousada enquanto Luciana ficou do lado de fora. Lu se sentou em um banco de madeira e por uns 10 minutos ficou parada olhando para longe e dando sorrisos vergonhosos, que não podia escondê-los completamente. Seu coração estava feliz. Lu morava com sua avó desde criança, pois sua mãe faleceu logo que ela nasceu e o pai, bom, esse era desconhecido por ela. Carmelita, sua avó, logo ficou com a guarda, cuidando dela como se fosse uma filha, mas também era muito rígida e cuidava de Luciana como uma boneca de porcelana. Era uma senhora de 55 anos, nova ainda e bonita, andava sempre com os cabelos em tranças, mas era séria. Carmelita morria de medo que sua pequena Lu se perdesse na vida como as meninas de seu colégio, logo não permitia saídas para festas, nem mesmo maquiagem. Luciana adorava a avó, mas tinha um respeito que talvez pudesse ser até classificado como medo de fazer alguma coisa errada e perder a confiança de Carmelita, logo buscava fazer tudo certinho, mesmo que não ficasse feliz.
Não era costume na cidade as meninas saírem muito tarde da noite e aquelas que saiam não eram muito bem vistas, principalmente quando sentavam em uma mesa de bar sozinhas para tomar um drinque. Luciana tinha vontade de sair às vezes, mas não tinha com quem e nem podia, tinha que ficar com sua avó para cuidar da pousada, mesmo em época de verão quando o movimento era pouco. Logo, só lhe restavam as curtas saídas para o lago, onde podia se sentar, relaxar e escrever.
Luciana entrou para ajudar a avó. Daquela tarde até o início da noite não viu mais Carolina. À noite, já um pouco cansada, deixou a pousada e seguiu para o seu quarto que ficava logo atrás do estabelecimento, numa pequena casinha onde moravam Carmelita e ela.
-Então você dorme aí.
-Hã?
-Bom, saí para dar uma volta, mas não te vi na recepção. Não andei muito, fiquei aqui por perto mesmo e no final me sentei na beira daquele lago onde te conheci – Falou Carolina. Luciana, meio sem jeito, disse:
- É, também não te vi sair.
- Você vai fazer alguma coisa hoje à noite, tipo, vai sair com alguém? Vai sair com o namoraaado?
-Não, não tenho namorado.
O rosto de Luciana ficou corado. Carolina logo percebeu e sorriu levemente. -Quer sair comigo?
Aquele tinha sido o primeiro convite para sair que ela recebia. Na verdade a única vez que tinha recebido um convite antes desse tinha sido aos 12 anos de um amigo seu para tomar um sorvete, mas sua avó não tinha deixado.
-Bom, até gostaria, mas já está um pouco tarde, são oito e meia da noite.
-Tarde!Ah, Luciana, vamos lá? Eu gostaria de conhecer a night daqui dessa cidade.
-Preciso falar com a minha avó, mas acho que ela não vai deixar.
-Deixa que eu falo com ela então. Digo que quero que você me faça companhia, pois não conheço nada por aqui e que iremos de carro.
-Tudo bem. Seguiram então para conversar com Carmelita na pousada.
- Dona Carmelita, eu gostaria que Luciana pudesse me acompanhar à alguns lugares essa noite. Iremos de carro, não se preocupe.
- Mas Luciana é muito nova para ficar saindo assim, além do mais já está tarde.
– Respondeu Carmelita.
-Não quero ir sozinha. Gostaria que sua neta pudesse me acompanhar, já que ela conhece a cidade. Prometo que nada de mal irá acontecer a ela e além do mais pagarei muito bem à pousada pelo serviço.
Carolina despertava confiança na senhora e depois de muita conversa, Carolina conseguiu convencer Carmelita de sair com Luciana. Aquela seria a primeira vez que Lu iria sair à noite e uma mistura de ansiedade pela saída com a ansiedade de que estaria na companhia de Carol deixava Luciana muito mais nervosa. Rapidamente Luciana foi para casa trocar de roupa. Colocou um vestido rosa e uma tiara branca, pegou uma bolsa menor que combinava com seu vestido, enquanto Carolina vestia uma saia Jeans e camiseta preta, usava o cabelo preso num rabo de cavalo e usava sandália gladiador.
-Vamos, estou pronta – Falou Luciana. E as duas saíram da pequena casa. Atravessaram a pousada e do lado de fora pegaram um táxi.
- Nos leve para a boate mais freqüentada daqui, por favor – Falou Carol ao taxista.
-Nessa época, minha senhora, o pessoal costuma ir para as praias. Acho que não tem boate tão bem freqüentada funcionando hoje.
-Então nos leve para algum barzinho gay.
Luciana olhou para Carol como se aquilo fosse mentira. Nunca havia saído antes à noite, ainda mais para um lugar de gays. Nem mesmo sabia se existia aquele tipo de lugar por lá, por outro lado achou interessante, mas por que Carol gostaria de ir lá, será que ela seria lésbica? Nunca havia conhecido uma antes. Será que aquele beijo quase na boca na frente da pousada não tinha sido apenas um descuido e sim porque Carol quis aquilo. E ela, por que será que aquele beijo mexera tanto com seus sentimentos?
O taxista respondeu:
- Tudo bem senhora, mas como o bar fica um pouco distante, demoraremos em torno de 30 minutos para chegarmos lá.
- Sem problema.
E o carro saiu em direção àquele bar proibido.
Ao chegar ao bar, Luciana admirou aquele lugar. Tinha luzes por toda parte e o som que tocava alto era eletrônico. Estavam em um barzinho que mais parecia uma boate e ela até sentiu vontade de dançar.
-Você já tinha vindo em um lugar como esse?
-Nunca. Minha avó me mataria se soubesse que estou aqui.
Carolina sorriu e perguntou:
-Quer dançar comigo?
-Não sei dançar – Respondeu Luciana.
-Deixa que eu te ensino.
-Prefiro beber alguma coisa antes
-Você quer um refrigerante, uma cerveja, um vinho...
-Você escolhe.
Carolina deixou Luciana sentada em uma mesa e foi pegar bebida para as duas.
Enquanto isso, Luciana ficou observando como agiam aquelas pessoas próximas a ela. Umas estavam sentadas apenas conversando entre amigos, enquanto outras dançavam alegremente. Tinha alguns casais de gays e outros de lésbicas, alguns se beijavam e outros estavam sozinhos. Tudo aquilo, aquele ambiente causou certa excitação na menina. Como se sentia bem lá.
-Aqui está sua bebida, trouxe um vinho não muito forte para você. Enquanto você o bebe eu bebo minha Heineken. Não era apenas uma taça de vinho, era uma garrafa de vinho e Carolina havia deixado pagas mais cinco Heinekens para aquela noite.
Depois de três taças de vinho Luciana e Carolina levantaram para dançar. Lu toda desengonçada dançou umas quatro músicas com Carol, enquanto esta já tinha bebido pelo menos mais quatro das Heinekens compradas. Depois disse que seria melhor irem, pois já estava tarde. E as meninas saíram do bar.
La fora, nenhum taxi passava e sentadas num banco, Carol encostou a cabeça no colo de Luciana e esta sentiu a respiração da bela moça causar-lhe reações. Colocou a mão envolta de Carolina acariciando-lhe timidamente os ombros. Carol percebeu logo tudo aquilo, então levantou a cabeça e levou seus lábios até os lábios de Lu. Como era gostoso o gosto daquela boca, pensou Luciana. Mesmo com tantas cervejas que Carol tinha tomado aquela boca lhe fazia pensar em algo mais. Então Carolina beijou o pescoço de Luciana, levando as mãos da menina fortemente aos seus seios. Enquanto isso descia a mão pela cintura dela apertando-a contra si.
-Quero você. – Disse Carolina
Luciana ficou vermelha, o coração batendo forte como se fosse sair pela boca. -Também te quero.
Naquele mesmo banco, Carolina segurou os cabelos de Lu com suas belas mãos e beijou a nuca da menina, levou sua língua suavemente até à orelha dela, mordendo-a de leve, colocou a mão por debaixo do vestido de Luciana e tocou devagar aquele órgão que nunca havia sido tocado antes. Lu sentiu doer um pouco, mas não se importou com a dor, pois como estava muito excitada aquilo era de menos, enquanto isso puxava para fora os seios fartos de Carolina chupando-os com força.
Algumas pessoas observavam aquela cena de longe, mas de que importava? Estavam extasiadas.
Carolina puxou Luciana para um canto escuro entre o bar GLS e outro estabelecimento vazio, próximo do banco, agarrou Luciana, que envergonhada, levantou timidamente um pouco o vestido e sentiu sua cabeça rodar por causa do vinho. Carolina se ajoelhou e Luciana sentiu aquela língua grande tocar sua vulva, acompanhada de um dos longos dedos que possuía Carol. Carolina chupava forte e gostoso que parecia uma mulher faminta, enquanto Luciana puxava-lhe os cabelos gemendo de tanto prazer.
-Carol, quero saber como é tocar uma mulher, quero tocar você – Disse Luciana. Enquanto isso na rua quase que deserta, fora os carros das pessoas que estavam no bar, Carolina disse:
-Precisamos ir.
Um taxi vinha longe.
Luciana sem entender a reação de Carol, segurada e levada pelo braço, entrou no taxi e as duas seguiram em direção à pousada silenciosamente.