quarta-feira, 23 de dezembro de 2009


Às vezes me calo na solidão do meu quarto
Sem ruídos
Às vezes me perco em paredes
Sem cor
Às vezes sou apenas uma sombra
Quando da vela se faz luz
Às vezes sonho quando durmo
Sonhos nítidos de um tempo que não vivi
Quero, às vezes, gritar em silêncio
Talvez assim eu toque o meu interior
Às vezes não consigo terminar um poema
Será incompetência?
Se for!
Se for, serei eu um pseudo-escritor?
Não importa!
Às vezes só eu escuto os soluços
Com rancor
Com mágoas
Às vezes, sem vergonha
Às vezes, com pudor
Não sou apenas palavras
Às vezes também sou pena sem tinta
Tinta que manchou o que passou...
Sou apenas passagem
Um trecho de um poema
Que aos poucos...
Se apagou.

2 comentários:

  1. Lili, mais uma vez passando por aqui, adoro seus poemas... quanto ao seu lado "prosa", confesso que fiquei um tanto arrepiado (no "mau" sentido, heheeh), pensando em como vc pariu aquelas ideias. O Scarlet é um texto com o qual não sou muito familiarizado em termos de escrita, e às vezes é um estilo de literatura perturbador e tenso, mas é bastante interessante ver vc fazendo uma narrativa desnuda. Impressionante! Já o Sono Febril tem um estilo que vc já tem adotado há um tempo, fazer esse lance de amor proibido mesclado ao tema da homossexualidade... Apesar de não ser uma bandeira que eu levanto, gostei muito como vc conseguiu falar tudo numa só página. Obrigado por apreciar minha ajuda, acho que vc não vai precisar muito dela, não.
    Ei, o Frank me disse que tb vai querer ler Alianças... tem gente que tá lendo no pc, pois enviei via e-mail. Caso vc queira assim, me avise.
    Grande beijo, parabéns por seu talento e sua literatura diversificada.

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  2. Nossa...maravilhoso, belo, belíssimo, sem palavras.

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